terça-feira, 16 de outubro de 2012
Carneirada
Perdi-me. Quer dizer, sei onde estou, estou com outras ovelhas, mais escuras ou mais claras, mais carecas ou mais peludas, mais magras ou mais fartas. Mas estou por aí, vou andando, sem por vezes me lembrar sequer de onde venho, onde estou ou para onde vou.
À deriva... Dir-me-ão, por ventura, que há surpreendentes descobertas na deriva, mas toda a ovelha sabe que tal prática continuada a levará a tresmalhar-se, mais tarde ou mais cedo.
Preciso de saber quem sou, de onde venho e para onde quero ir. Preciso de ser capaz de distinguir o meu bramido dos dos demais.
Quer-me parecer, até, que este rebanho está a colocar-se em risco. Falta uma orientação, um Pastor. Porque tudo vagueia e tudo pasta tanto quanto se pode, mas o campo está já seco e em breve morreremos de fome se mais pastagens não alcançarmos. Precisamos de ser guiados, há que ter humildade e discernimento. O Inverno aproxima-se e há que recolher à guarida do curral.
A ovelha não terá mais fortuna por se tresmalhar no seu egocentrismo, mas não pode, tão pouco, refugiar-se na pseudo segurança de um rebanho perdido, dissolvida que está nessa anulação comunitária.
Isto que tenho dito, vou-o percebendo de tempos a tempos. Mas perco-me sempre desses desígnios na ocupação do pasto de curta dura, destinado que fico a consumir a erva que vejo por entre as patas para não desperdiçar o tempo.
Quero o consolo da mãe, mas cresci já e não poderei contar com a resposta certa aos meus bramidos de auxílio. Tenho de rumar com um sentido, é hora faz já muito tempo.
Por ora repouso sobre a cama de espinhos que se queda debaixo de mim. Mas na agonia deste desconforto confio que a provação não pode existir senão para determinar o espírito para seguir caminho.
Cheiro augúrios de verdura, ao longe. Oxalá não me deixe perder o rasto à meta no entretanto.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Naturalmente ser
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
síndrome de estocolmo
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
(in)confidência
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Be on the wrong side of the fall,
Right as it may seem,
Exciting as it may be,
As if the anxiousness,
Kindly put out in both our lives,
Yours being the gentlest of them both,
Ought to confirm such madness,
Urging so deeply throughout my veins,
Raging its way out,
Hearing of no such thing as sense,
Engaging nothing but the moment,
Aspiring for so little,
Relying on the impetuousness of it all.
The risk is huge, and the cautiousness nearly vain.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
"Midnight City", dos M83
Mais uma música perfeita para a banda sonora de uma noitada (mais) no escritório.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
pois que é verdade que tenho tido medo dos silêncios, de mim próprio, de me escutar e de me encontrar. pois que é verdade que tenho tido medo de mim, que não é senão um medo do futuro e do que esse desconhecido não tão distante, mas profundamente assustador mistério, que o meu caminho representa. pois que é verdade que há um ditadorzinho que quer estar sempre no controlo de tudo, até de mim próprio, e que esse pequeno terror até pára sempre nos mesmos lugares que o seu siamês prisioneiro. pois que é verdade que a cobardia me leva a procurar refúgio constante dos fantasmas do futuro, e que é nada mais que teatro este ar de auto-domínio e de satisfação. pois que é verdade que não me resigno na resignação, e que sempre há essa luta do crescer com a dor do desprezo pela acomodação que já não distingo se farsada se ancorada.
oh! pois que é verdade que por vezes me distancio tanto de mim próprio que és melhor indagadora da minha irrazoabilidade obcecadamente logilicizante que eu próprio, porque é verdade que estou perdido e que consegues sempre ser mais farol que este ser corrompido pelo cansaço, pelo engano, pelo medo e pela dúvida.
e pois que é verdade que, quando penso sobre isso, até sei o que responder quando algures na confusão de uma mente mal acomodada e mal insatisfeita sempre se segue ao está tudo bem? um silêncio duro e um ... está mesmo? não parece...
terça-feira, 26 de julho de 2011
O contentamento
segunda-feira, 25 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Desengana-te, ó punhado de pó feito gente
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Da busca feita vã pesquisazinha
Na corrida citadina há sempre tanto que fazer que o tempo não se dá à vida, escapando-se por entre vãs tarefas (oh!, se vãs não são!). E eu, este eu pequenino, perdido e escondido em alguma página recôndida da googlada desta hora? E eu, este e ... u fugidio que perde a consciência de si próprio e do mundo, este mundo pequenino perdido em caracteres que se lêm nas entrinspirações? Onde? Quando? quem?...
Quem quer saber de si, e de si no mundo, tem de se largar dos afazeres do mundo e perder-se das coisas mundanas, para Se Perder no Mundo. E, se as engranagens do relógio continuam a girar e o tempo não pára, talvez valha a pena quebrá-lo e perder(-me) para (me) poder encontrar.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Queda presa
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Talvez um dia...
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
da busca de ti I
quinta-feira, 15 de julho de 2010
................vezes e vezes sem conta a mesma desilusão.
.de orgulho, sempre pouco.
......................de compreensão, quase nada.
.......................................perco-me da essência deste quase nada.
..............escassa esperança que me custa alimentar.
................................ela não morre, porém.
......morresse antes, e tudo seria apenas o mórbido silêncio do arrependimento.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Tu?
sexta-feira, 9 de julho de 2010
(h)ora(s) (que) são
ora aqui, ora ali, ora acoli, ora acolá. ora, nesta hora ele ora, ora agora, ora já.
ora ainda, ainda é hora. hora após hora, ora, ele ora.
ora a toda hora, ora chora, ora ora para não chorar mais agora. ora são, ora triste, e neste momento resiste à hora de agora e por ora ele ora, sem demora.