«o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.»

Vergílio Ferreira, Aparição

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tu?

Estou preso a uma ideia, a um fantasma que não se corporiza. Quero soltar-me deste desejo que me consome por não cumprido, que se força à realização e que se quebra num caco. Que, em desespero, me quebra. Em desespero espero, ainda como sempre, esperando não mais esperar. E na espera, há um vulto, vestido de ti, que me acena do longínquo amanhã, incerto.

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