«o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.»

Vergílio Ferreira, Aparição

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

(h)ora(s) (que) são

horas que nascem, horas que morrem, horas que passam. hora das coisas que cansam, ora das coisas que doem, hora das coisas que matam.
ora aqui, ora ali, ora acoli, ora acolá. ora, nesta hora ele ora, ora agora, ora já.
ora ainda, ainda é hora. hora após hora, ora, ele ora.
ora a toda hora, ora chora, ora ora para não chorar mais agora. ora são, ora triste, e neste momento resiste à hora de agora e por ora ele ora, sem demora.

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