pois que é verdade que tenho tido medo dos silêncios, de mim próprio, de me escutar e de me encontrar. pois que é verdade que tenho tido medo de mim, que não é senão um medo do futuro e do que esse desconhecido não tão distante, mas profundamente assustador mistério, que o meu caminho representa. pois que é verdade que há um ditadorzinho que quer estar sempre no controlo de tudo, até de mim próprio, e que esse pequeno terror até pára sempre nos mesmos lugares que o seu siamês prisioneiro. pois que é verdade que a cobardia me leva a procurar refúgio constante dos fantasmas do futuro, e que é nada mais que teatro este ar de auto-domínio e de satisfação. pois que é verdade que não me resigno na resignação, e que sempre há essa luta do crescer com a dor do desprezo pela acomodação que já não distingo se farsada se ancorada.
oh! pois que é verdade que por vezes me distancio tanto de mim próprio que és melhor indagadora da minha irrazoabilidade obcecadamente logilicizante que eu próprio, porque é verdade que estou perdido e que consegues sempre ser mais farol que este ser corrompido pelo cansaço, pelo engano, pelo medo e pela dúvida.
e pois que é verdade que, quando penso sobre isso, até sei o que responder quando algures na confusão de uma mente mal acomodada e mal insatisfeita sempre se segue ao está tudo bem? um silêncio duro e um ... está mesmo? não parece...
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