Criou raízes no medo e não soube como fugir enquanto uma paz podre se apoderava de si. A paz que é o aceitar contestativo. A negra espera que vive até ao verificar da não concretização de vãs esperanças. No meio de tudo isto foi árvore, árvore seca cujo rigor do Inverno sombrio e do Verão escaldante não deixaram gerar frutos. Há coisas que já não teme: sabe que nunca será cortada para lenha, porque a sua madeira, carcomida pelos bichos do horror que é a certeza do amanhã imóvel, não terá proveito. Espera tombar. Entretanto os pássaros cantam, lá longe, não sabendo que a fome de uma manhã maravilhosa os consumirá. Num futuro não distante a manhã não chegará para eles, e o tronco estéril ainda estará lá.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário