Nada por ora,
Nada agora,
Nada me aflora.
Muito poder,
Nada querer,
Nada fazer.
Muito pedir,
Muito por vir,
Nada para rir.
Muito esperar,
Muito rezar,
Muito a faltar.
quinta-feira, 27 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Vida aos soluços
tic-tac, tic-tac
eu
tic-tac, tic-tac
aqui
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
presença inconstante
tic-tac, tic-tac
de mim
tic-tac, tic-tac
ainda e sempre
tic-tac, tic-tac
buscando a minha constância
tic-tac, tic-tac
.
eu
tic-tac, tic-tac
aqui
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
presença inconstante
tic-tac, tic-tac
de mim
tic-tac, tic-tac
ainda e sempre
tic-tac, tic-tac
buscando a minha constância
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
ding-dong seis vezes
tic-tac, tic-tac
digamos, é
tic-tac, tic-tac
meio-dia
tic-tac, tic-tac
mais dois minutos, vá
tic-tac, tic-tac
e mais um minuto, já
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
ahhh
tic-tac, tic-tac
ding-dong seis vezes
tic-tac, tic-tac
digamos, é
tic-tac, tic-tac
meio-dia
tic-tac, tic-tac
mais dois minutos, vá
tic-tac, tic-tac
e mais um minuto, já
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
ahhh
tic-tac, tic-tac
!
tic-tac, tic-tac
ahhhahhh
ahhhahhh
tic-tac, tic-tac
!
tic-tac, tic-tac
[ ]
tic-tac, tic-tac
soluço
tic-tac, tic-tac
no tempo
tic-tac, tic-tac
[ ]
tic-tac, tic-tac
soluço
tic-tac, tic-tac
no tempo
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
é como vou vivendo:
tic-tac, tic-tac
aos soluços
tic-tac, tic-tac
porque não consigo
tic-tac, tic-tac
ter tempo para me achar
tic-tac, tic-tac
sorrir
tic-tac, tic-tac
descansar
tic-tac, tic-tac
chorar
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
de tanto me perder
tic-tac, tic-tac
o mundo perde também
tic-tac, tic-tac
o seu sentido
tic-tac, tic-tac
e parece
tic-tac, tic-tac
de pernas para o ar
tic-tac, tic-tac
tic-tac, tic-tac
é como vou vivendo:
tic-tac, tic-tac
aos soluços
tic-tac, tic-tac
porque não consigo
tic-tac, tic-tac
ter tempo para me achar
tic-tac, tic-tac
sorrir
tic-tac, tic-tac
descansar
tic-tac, tic-tac
chorar
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
de tanto me perder
tic-tac, tic-tac
o mundo perde também
tic-tac, tic-tac
o seu sentido
tic-tac, tic-tac
e parece
tic-tac, tic-tac
de pernas para o ar
tic-tac, tic-tac
.
tic-tac, tic-tac
STOP !
E o barulho ensurdecedor do tempo não cessante, o que me falta, faz-me doer os pés.
STOP !
E o barulho ensurdecedor do tempo não cessante, o que me falta, faz-me doer os pés.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Encontros em mim
Hoje há um verdadeiro sorriso em mim, que não consigo esconder de mim próprio. Não o revelo ao Mundo porque é meu. Não, não é mais um rasgar da alma num rasgar de lábios. É uma intimidade feliz em que me deixo estar, grato por ser. Estou em constantes guerras pensativas e hoje, como sempre, elas permanecem porque penso e porque sou, em consequência. Mas hoje as guerras corporizadas em estímulos cerebrais não têm a força dilacerante do passar apressado dos dias. Há paz neste espaço imóvel e inconstante onde me encontro. É uma paz activa, que se vai desenvolvendo ao ritmo construtivo dos apelos e respostas de mim a mim próprio. Há um grito de dor que ecoa ao longe e uma mão, talvez minha, que se estende a essa voz disforme que pertence à morte dos ontens e ao chamar mortífero dos amanhãs. Escuto esse grito. Oiço um pingar vaporizado. Liquefaço o medo para que corra sem bloqueios pelas minhas veias. Condenso a gratidão de estar vivo, de ser. Entrego-me às vontades do Mundo crendo que, não um dia, mas que em cada dia, farei de mim um instrumento de mudança e construção. É uma vontade divina que apreendo e minha torno, que se corporiza pelo meu agir.
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