«o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.»

Vergílio Ferreira, Aparição

.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

"v" de cansaço

O medo de falhar. Sempre presente. Tudo uma mariquice: é ao que se resume. Não sou um falhado, um derrotado: sou dos que vencem! Ou aspiro a...
A vitória, in(a)spiro-a. Obrigam-me a tal. Há um quadrado sem ventilação a que chamam Mundo. Por lá há pessoas, pessoas, mais pessoas. O ar não se compõe de N2, O2 ou CO2, mas de Miséria, Sucesso e Apatia. Todos correm ao mesmo, sob pena de asfixia. Nos entretantos sucede sabe-Deus-o-quê, sucedendo sabe-Deus-quem, sucedendo-se sabemos-todos-que-o-mesmo.
Inspiro. Dilatam-se-me as narinas, depois os brônquios, ao passar deste bálsamo. E «sinto-me bem». Boa educação. Saber dizer as frases-chave: «sinto-me bem». Não me sinto. Só o bálsamo.

1 comentário:

ml disse...

caro Manuel
muito obrigada pelo comentário no meu blog. peço desculpa, de facto não conhecia o seu (a maior parte das vezes limito-me a postar e negligencio as visitas... mea culpa)
tenciono voltar.

mais uma vez obrigada.