«o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.»

Vergílio Ferreira, Aparição

.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Grito

As paredes cercam-me. O espaço aberto da cidade aperta-me contra o meu próprio corpo, isolado de todos. Eles passam. Isso: passam.
Grito: preciso de ar! Ninguém me ouve. «Abandonam-me!»
Gritei, para todos, para ninguém. Abafei o meu grito interior para poder escutar, para poder falar.
Ouvi, um dia: «Faz-te homem!». E faço-me, todos os dias.

2 comentários:

Isabel Moreira disse...

obrigada pela vistita e obrigada por me fazer descobrir este lugar.

Anónimo disse...

[Vim espreitar. Ao sabor da curiosidade!]

E. De facto, promete.
Apreciei o teu 'toque'.
Continua a "deambular"...

(desculpa a invasão)
=)

(Flávia*Acanac07*459.Palmeira)