«o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.»

Vergílio Ferreira, Aparição

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

algures em agosto

Um pôr-do-sol abrasado pelo canto de grilos, uma juventude repleta de incertezas longínquas e uma pausa reconfortante do mundo num momento de isolamento querido, numa cidade distante dos dias comuns. Férias das próprias férias, da família, dos amigos, dos estranhos e desconhecidos. Antes de o mundo voltar à carga ganho tempo para mim mesmo e reconquisto fronteiras onde me governar, que a batalha ainda me surge longa e antes dos augúrios de Setembro há que recuperar as forças. Aqui. Eu. O futuro suspenso. Presente, só o presente.

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