«o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.»

Vergílio Ferreira, Aparição

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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"Ningém ouve, ninguém vê. Porquê?"

Da minha amiga Marta Hipólito. Uma verdadeira cineasta em formação. Um vídeo curto, com uma forte mensagem. Vale a pena ver. Valerá também a pena votar nele, já que está a concurso no Festival de Microfilmes (http://microfilmes.sapo.pt/).

Parabéns pelo vídeo Mão, como pelos outros dois!

3 comentários:

sibila disse...

Caro Manuel (se me permite tratá-lo assim),

Parabéns pelo seu blog. Escreve muito bem. Muito bem mesmo. Surpreendeu-me ver-me incluída na lista de links. Se alguma vez me conhecer pessoalmente, saberá, de imediato, que sou uma mulher muito reservada- sem ser tímida-, muito pouco intimista. E a minha escrita é aquilo em que sou de forma mais absoluta, tem todos os traços de mim. Acho que não é intimista. Achei imensa graça quando percebi que me considerava uma blogger intimista. Ri-me imenso. A sério. É espantoso aquilo que damos a ver aos outros...Provavelmente Você tem razão.
Aceite as minhas desculpas por não ter descoberto o seu blog mais cedo e espero que me permita visitá-lo e linká-lo.
Escreva, escreva muito.
Já agora, perdoe-me a impertinência da pergunta: Você gosta imenso de Vergílio Ferreira, não gosta?
Felicidades,

Ana Rita

Manuel Bruschy Martins disse...

Cara Ana Rita (furto-me ao pedido ou desculpa que presumo aceite),

Obrigado por este comentário. Muito obrigado. Trate-me por Manuel, sem problemas. Se não vê a sua escrita como intimista então peço desculpa pelo erro (mea culpa). Ainda que não seja o seu íntimo que convide a que leiam, deixa (como todos quantos os que escrevem "com alma" ou são-na-escrita da «forma mais absoluta»), íntimos seus em cada texto. A isso ninguém que escreva pode escapar. E é por nos meus textos ir deixando salpicos de mim, "cheiros" do Eu, que lhe agradeço tão profundamente. Será um prazer contar as suas visitas, que não serão tardias, mas sempre oportunas. Se decidir linkár-me considerá-lo-ei uma honra, porque gosto muito do seu blog (o quejá era perceptível pela recomendação aos leitores).

Escreverei tanto quanto conseguir. Lerei menos do que quererei, pelo menos no que não se ligue com o Direito (esse sim, obriga-me a muitas leituras). Lerei Vergílio Ferreira para perceber o porquê da sua interrogação. A verdade é que, curiosamente, a única obra que dele li foi "Aparição", porque constava do programa de "Português" do 12.º ano e sim, gostei muito. Despertou-me o desejo de ler mais obras deste nosso autor. Agradecer-lhe-ei pela vontade que me deu de ler Vergílio Ferreira, quer-me parecer. Facto curioso: hoje deu-me vontade de pegar no carro e vaguear (sem o que o tempo me tenha deixado fazê-lo), como o fez Alberto, na Páscoa, em "Aparição". Queria «estar só, eu só,...», mas contrui o meu momento ouvindo Beth Orton enquanto dormitava entre o comboio e o metro. Foi o melhor momento que tive nestas duas semanas.

Felicidades,

Manuel

Parapeito disse...

ás vezes não é tanto...porque não se tem tempo...
é antes porque não se quer ver...
brisas doces *****